Sociologia
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Apêndice 1
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Antonio Thomaz Júnior
AS INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS E AS NOVAS FORMAS DE GESTÃO E CONTROLE
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DO CAPITAL SOBRE O TRABALHO
Ana Maria Soares de Oliveira
Antonio Thomaz Júnior
1. Introdução
A sociedade, em cada momento histórico, expressa diferentes formas de organização espacial, numa dinâmica movida, em grande parte, por um sistema que insiste em impor a sua lógica perversa, que se veste de muitas roupagens, mas que por trás das mesmas utiliza-se de suas muitas facetas para continuar reproduzindo relações desiguais. Nesse contexto, o mundo do trabalho também vai adquirindo novas feições, a classe trabalhadora vai se complexificando, revelando o caráter dominante do capital no seu processo de ampliação e de auto-afirmação, através da superexploração e da precarização das condições de trabalho.
As indústrias, sobretudo nos países capitalistas centrais, vêm adquirindo um novo perfil produtivo e tecnológico que por sua vez causa impactos marcantes para os trabalhadores. Isso também ocorre na atividade canavieira, por um lado, reduzindo e desconcentrando a classe operária industrial e exigindo desta qualificação e polivalência, por outro lado, desenvolvendo um subproletariado periférico e de remuneração precária1.
O trabalho morto tem aumentado em detrimento do trabalho vivo e a ciência tem interagido com o trabalho, participando intrinsecamente do mecanismo de geração do valor, visto ser esta a necessidade do capital no seu processo de valorização. Cabe ressaltar que, mesmo com o aumento do trabalho morto, as máquinas inteligentes não substituirão totalmente os trabalhadores, visto pois, tanto no processo de desenvolvimento como na utilização dessas máquinas o trabalho intelectual do operário é despendido. Segundo Antunes (2001, p.123): O operário, “ao interagir com a máquina informatizada acaba também por transferir parte dos seus novos atributos intelectuais e cognitivos à nova máquina...”.
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