Sociologia
O rumo da colonização portuguesa no Brasil foi mudado do fácil e mercantil para o agrícola. Nisso se organiza uma sociedade colonial de base mais sólida e em condições mais estáveis que em outras colônias. A base, a agricultura, as condições, a estabilidade patriarcal da família, a regularidade do trabalho por meio da escravidão, a união do português com a mulher índia, incorporada assim à cultura econômica e social do invasor.
Uma sociedade agrária e escravocrata na técnica de exploração econômica, híbrida de índio e mais tarde de negro em sua composição. O que se notava era uma tentativa de unificação de raças. A indecisão étnica e cultural entre povos parece ter sido sempre a mesma em Portugal.
E foi a mobilidade um dos segredos da vitória portuguesa, sem ela, não se explicaria ter um Portugal sem gente, sem números, conseguindo salpicar virilmente do seu resto de sangue e de cultura em populações tão diversas e de distâncias tão grandes como na Ásia, na África, na América, em numerosas ilhas e arquipélagos.
A miscibilidade, mais do que a mobilidade, foi o processo pelo qual os portugueses compensaram-se da deficiência em massa ou volume humano para a colonização em larga escala sobre áreas extensíssimas.
Outra circunstância ou condição favoreceu o português, tanto quanto a miscibilidade e a mobilidade, na conquista de terras e no domínio de povos tropicais: a aclimatabilidade.
De qualquer modo o certo é que os portugueses triunfaram onde outros europeus falharam: de formação portuguesa é a primeira sociedade moderna constituída nos trópicos com característicos nacionais e qualidades de permanência. Pelo intercurso com a mulher índia ou negra, multiplicou-se o colonizador em vigorosa e dúctil população mestiça, ainda mais adaptável do que ele ao puro clima tropical, foi à falta de gente que o forçou imediatamente a fazer uma miscigenação, o que foi uma vantagem para a sua melhor adaptação senão biológica e social.
A colonização portuguesa no