Sociologia
O texto de Pierre Clastre tem como objetivo refutar o etnocentrismo, expondo argumentos para mostrar que as sociedades sem Estado, consideradas primitivas, tinham apenas uma diferente forma de organização, o que não fazia delas inferiores. Para ele, existem sociedades sem Estado e que mesmo assim teriam total capacidade de subsistir, essas sociedades tinham capacidade de dominar o meio natural e adaptá-lo a suas necessidades, da mesma forma que uma sociedade industrial considerada moderna, e, portanto, não haveria como classificá-las em superior ou inferior. Assim, o autor discute a necessidade de enxergarmos o homem primitivo de outro modo, não como sendo incivilizado, - por não ter escrita nem Estado e, de certa forma, historia-mas como tendo meios distintos para desenvolver suas sociedades. O fato de que esses povos não têm uma economia capitalista não significa que sejam menos desenvolvidos nesse âmbito, não é uma questão de incapacidade, mas sim da prioridade desses povos. Nesse sentido, a economia de subsistência, caracterizada pela ausência de excedente e, conseqüentemente, ausência de mercado, era definida pela limitação do tempo dedicado as atividades produtivas. Isso quer dizer que, uma vez garantido o suprimento das necessidades básicas de todos, não haveria sentido continuar trabalhando, e esse tempo poderia ser utilizado para outras finalidades, como guerras e festas. Alem disso, para Pierre Clastre, a “sociedade primitiva”