Sociologia na atualidade

Por muito tempo a questão social no Brasil foi tratada como caso de polícia. Os pobres no início da República eram presos porque eram pobres; ser pobre era uma contravenção; seu comportamento era considerado um comportamento fora dos padrões da normalidade. Assim, programas que atendiam a população pobre trabalhavam na perspectiva de adestrá-los, torná-los mais dóceis, mais resignados com aquilo que a sociedade lhe oferecia. Todo comportamento reivindicatório do pobre era considerado uma contravenção e ele era preso. O Estado não tinha nenhuma responsabilidade com eles, limitava-se a transferir para a iniciativa privada o atendimento dessa demanda.
É preciso reafirmar que o sistema capitalista estrutura-se como uma sociedade de desiguais, onde o gozo pleno dos direitos ficam reduzidos àqueles que detêm o capital, aos outros que só tem a força do trabalho para viver, e que na sua grande maioria esta fora do sistema de consumo, fica reservado a benesse, a caridade, ou seja, o não lugar da cidadania. É preciso compreender que na história brasileira têm-se inúmeros exemplos do tratamento da pobreza neste sentido.
A forma conservadora com que o Brasil tratou a questão da pobreza até a década de 80 do século passado, resultou num grande impacto, ou seja, aprofundou-se cada vez mais o nível de desigualdade social aumentando a pobreza. Então se colocava um grande dilema no campo do atendimento social a população empobrecida. Usava- se toda tecnologia que se conhecia, de harmonização de relações comportamentais, e a resposta para isto era uma resposta extremamente desalentadora. Não havia uma produção de trabalho que apontasse efetivamente como esta metodologia, como esta forma de compreender a realidade, poderia contribuir para que o Brasil fosse um país mais justo. Ao contrário, os índices de pobreza aumentaram, as dificuldades de trabalhar com as resistências desta população também e isso levou a um grande questionamento.
Fruto desse momento, os