Sociolinguística
Márcia Luciana da Rocha Dei Tós (G-UE) palmiromarcia@hotmail.com;
Dra Vanderci de Andrade Aguilera(CNPq-UEL) vanderci@uel.br
INTRODUÇÃO
No Português Brasileiro, temos uma grande variação dos róticos tanto em início de sílabas quanto em coda e, diante dessa diversidade, alguns estudiosos têm realizado pesquisas sobre a distribuição destas variantes. MONARETTO (1997) pesquisou as capitais do sul do Brasil e observou o decréscimo do uso da vibrante alveolar e no crescimento do uso da fricativa velar na capital gaúcha. Por outro lado, cartas linguísticas de atlas têm indicado áreas de isófonas, como demonstra, por exemplo, a carta 136 do Atlas linguístico do Paraná (AGUILERA, 1994), em que o rótico em verruga, nesse estado, pode se realizar como velar [x], predominantemente no norte do estado; como alveolar múltipla [r], com mais frequência no sul, e como tepe [], em algumas localidades do oeste e sudoeste paranaense.
Neste artigo discutimos a distribuição diatópica das variantes do /r/ em início de sílaba nos dados coletados para o Projeto Atlas linguístico do Brasil (ALiB) em 25 capitais brasileiras, isto é, excluem-se Palmas e Brasília, pela recente data de fundação. É, pois, nossa proposta, alicerçada nos princípios teórico-metodológicos da geolinguística: (i) descrever e analisar a realidade linguística da fala dos informantes das capitais brasileiras no que tange às realizações do /r/ em início de palavra ou sílaba (sílaba interna e externa), (ii) estabelecer possíveis linhas de isoglossas com vista a propor uma divisão dialetal com base em dados de informantes das capitais.
1. O corpus e sua constituição
A metodologia adotada pelo ALiB, nas capitais, é a da pesquisa de campo, in loco, mediante entrevista estruturada junto a oito informantes, selecionados de acordo com pré-requisitos comuns a todos os pontos da rede, tais como terem nascido na