Socio
Mudanças sociais ocorridas no séc. XVIII e XIX levaram a alterações do jogo do poder, que foi sendo gradativamente substituído, e atingiu o seu apogeu no séc. XX. A primeira sociedade, na visão de Foucault, é a disciplinar, tendo as principais características: o tempo, o espaço, o saber, a vigilância constante, e a partir desta vigilância constante surge um saber.
Segundo Foucault, a sociedade disciplinar fez-se necessária, uma vez que quantidade de pessoas cresceu em milhões, sendo obrigatório instaurar a ordem para sua própria manutenção. Para o autor, a sociedade disciplinar fabrica o indivíduo e qualifica a relação espaço e tempo nas instituições. É dentro dessas instituições que as pessoas vão sofrendo a vigilância constante, individualizando o coletivo, gerando a positividade do poder e introjetando um comportamento manso.
Isto traz a dimensão da sociedade auto-vigiada, idealizada por Jeremy Bentham, em “O panóptico”. É a vigilância contínua, concretizada pela disseminação de várias câmeras espalhadas por todos os lugares: em bancos, escolas, ruas, comércio e até mesmo, em casas. Todos podem e querem espiar todos. A proposta benthaniana passa a ser um objetivo de transformação no modo de pensar e agir da sociedade.
A família é a instituição que mais vigia e controla um ser humano. Desde o momento que a pessoa nasce ela está sendo vigiada pelos pais vinte e quatro horas por dia e ao crescer e se tornar jovem e depois adulto as cobranças não cessam, tornando-se ainda mais presentes na vida da pessoa. Pode-se dizer que o Panóptico ficou realmente mais no campo ideológico do que no campo da ação, pois as instituições de poder são falhas, a todo o momento suas regras são infringidas e, atualmente, todo mundo vigia todo mundo, o que torna o vigia visível contrariando o princípio, defendido pelo Panóptico, de que quem vigia não pode ser visto.
Um aspecto cultural também começa a se manifestar nesse tipo de sociedade individualizada, os