O Estado de bem-estar social foi um projeto necessário para recuperar o vigor e a capacidade de expansão dos países capitalistas após a tensão social, econômica e política do período entre guerras. Tanto que o estabelecimento do Estado de bem-estar social, entre as décadas de 1940 e 1960, ficou conhecido como “era de ouro do capitalismo” por ser um momento de desenvolvimento econômico, com garantias sociais e oferecimento, praticamente, de emprego pleno para a maioria da população nos países mais desenvolvidos. A expansão industrial, mesmo que com índices diferenciados, tanto acontecia nos países capitalistas como nos socialistas. Esse cenário de prosperidade propiciou o crescimento econômico industrial e a implementação das políticas sociais com uma aliança entre os diferentes setores da sociedade: os empresários, a classe média e os trabalhadores. O momento “de ouro do capitalismo” chegou a ser visto como uma nova Revolução Industrial, por causa do crescimento da produção mundial e do aumento de consumo. Toda essa expansão ocasionou uma nova reurbanização, acarretando consequências não desejáveis em razão do aumento do uso dos combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás natural), mas que pouco incomodavam, uma vez que os resultados econômicos eram cada vez mais notáveis. Ainda assim, a euforia não minimizava o embate, não declarado, da guerra fria. Nesse contexto, os eventuais afrouxamentos desencadeavam medidas imprevistas, evidenciando a fragilidade na qual se construía o denominado desenvolvimento. De fato, bastou o acirramento entre os árabes e israelenses para alterar o quadro promissor. As crises do petróleo de 1973 e 1979 interfeririam de maneira decisiva no desencadeamento do fim do Estado de bem-estar social. No ambiente da guerra fria, essas crises, além de quadruplicar o valor do petróleo e do gás natural da URSS, representaram uma das jogadas do bloco soviético para estrangular o abastecimento de combustíveis da potência norte-americana. Essas