Soci
Discute-se a legitimidade da expressão descobrimento para o encontro de novas terras e populações no expansionismo dos séculos XIV e XV. O novo horizonte histórico resultante é marco na História, configurando o começo dos tempos modernos. Importa destacar o encontro de culturas diferentes, como se dá com a chegada do europeu à América. Do convívio dessas culturas resultou o processo de mútuas influências. Se o europeu impôs mais os seus padrões, também absorveu traços culturais dos índios. O Novo Mundo é visto a princípio mais como Geografia do que como História. Só a ciência social moderna compreende o problema, apontando-lhe solução. A palavra descobrimento, empregada com relação a continentes e países, é um equívoco e deve ser evitada. Só se descobre uma terra sem habitantes; se ela é ocupada por homens, não importa em que estágio cultural se encontrem, já existe e não é descoberta. Apenas se estabelece seu contato com outro povo. A expressão descobrimento implica em uma idéia imperialista, de encontro de algo não conhecido; visto por outro que proclama sua existência, incorporando-o ao seu domínio, passa a ser sua dependente.
Tornou-se comum o uso da expressão para os movimentos realizados no fim da Idade Média e começos da Idade Moderna, quando se verifica o maior expansionismo assinalado na história. Falou-se fartamente de descobrimentos realizados pelos portugueses e espanhóis na costa ocidental da África e em ilhas do Oceano Atlântico.
A real defesa do índio não foi a Igreja nem o governo, mas a sua natural rebeldia, causada sobretudo pela inadequação de sua cultura — livre e nômade, não tolerava o trabalho sedentário e reagia; tal como na parte espanhola, a maioria morreu, vítima não só da violência do explorador como de doenças transmitidas pelo branco — eles trouxeram algumas, ante as quais o organismo do índio não tinha reação; contaminado, sucumbia, em devastadores surtos epidêmicos. Se o invasor