Sobre a Diversidade na Escola
Adriana da Silva
“Religiosidade - Para a nação afrodescendente, religiosidade é mais do que religião: é um exercício permanente de respeito à vida e doação ao próximo.”1
Tratar sobre pluralidade cultural é sempre uma questão polêmica, pois todo o sistema educacional foi pensado a partir de uma cultura eurocêntrica, assim, o outro, o ser que foge ao fenótipo esperado é colocado no plano da invisibilidade, pois, senão está dentro dos padrões esperados, não existe.
Penso ser dois, os pontos chave no processo de ensinagem-aprendizagem que considero serem os “calcanhares de Aquiles” da instituição escolar – a pluralidade cultural e sexualidade. Assuntos tabus carregados de moralidade, marcados pela história de opressão que desenha uma parte significante de nossa história.
Vale lembrar que a história da educação em nosso país, é marcada pelas relações de gênero e etnia-raça e é exatamente nesse ponto que os Temas Transversais são emancipadores, uma vez que, ousa colocá-los como pauta relevante e necessária na roda de conversa da educação.
Em um seminário que aconteceu em São Bernardo do Campo-SP2, cuja temática foi os desafios para a Implementação das Leis 10.639 e 11.645 na Educação das Sete Cidades – A, B, C, D, M, R, R (Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra), no grupo em que eu participava das discussões voltadas à formação inicial e continuada de professores e professoras, esse ponto foi discutido com muito cuidado, e o ponto crucial, o que ninguém quis nem tratar foi o da religiosidade; no que tange à questão étnico-racial, o que vemos são efemérides, ou seja, 20 de Novembro, onde o negro é lembrado como o escravo que foi alforriado, lembra-se de Zumbi dos Palmares, dos Quilombos e, como apoteose do mês, o desfile com trajes exóticos remetendo todos a um estereótipo do que vem a ser os africanos na África. Acabou o