sobre a agua
Existe uma tendência a excluir a relação direta entre política e cidadania, criando uma rejeição curiosa à política e valorizando cidadania, como se fossem termos diversos. Atribui-se a origem da palavra política ao termo grego “pólis” que significa cidade e a palavra cidadania se fundamenta em um termo latino correlato - civitatem. Embora a origem etimológica seja diferente, há um vínculo inclusive de natureza semântica entre as duas palavras, que, objetivamente, significam a mesma coisa. Isso significa que não é possível apartar ou separar os conceitos. Esses dois vocábulos nos remetem à vida em sociedade, com suas ações e atuações de direitos e deveres. Portanto ao trabalhar a cidadania, se deve trabalhar a política, que está a ela associada. Ao estudar a cidadania se deve estudar também a política, dentro de um processo democrático. Quando a política se vincula à cidadania, elas se reinventam.
Hoje, encontramos uma série de discursos, lemas e planos pedagógicos e governamentais que falam em cidadania como se ela fosse uma dimensão superior à política. Muito se diz sobre a promoção da cidadania, no entanto sem a interferência da política. Para o cidadão comum, política lembra coisas pouco nobres, sob essa ótica, política é sinônimo de sujeira, patifaria, corrupção. Enquanto a cidadania tem um ar de idéia nobre, honesta, de valor positivo. Há uma diferença entre partidarizar e politizar. Falar em política envolve também os partidos, mas não se esgota neles. É toda e qualquer ação em sociedade, portanto, toda e qualquer ação em família, em instituições religiosas e sociais, no mundo das relações de trabalho. Aqui falamos sobre a política, no sentido amplo de cuidar da vida coletiva e da sociedade. Não devem os cidadãos furtar-se ao mundo da política, porque isso implicaria diretamente na impossibilidade da cidadania.
Tomás de Aquino, o filósofo, dizia que política é a arte de governar os homens e administrar as coisas, visando o bem comum, de