SOBRE UMA REVOLUÇÃO DE IDENTIDADE, ROMPIMENTO COM A SOCIEDADE, BUSCA PELA FELICIDADE E POR REALIZAÇÃO INDIVIDUAL E ESPIRITUAL – EM “NA NATUREZA SELVAGEM”;
“Nenhum homem é uma ilha isolada; cada homem é uma partícula do continente, uma parte da terra; se um torrão é arrastado para o mar, a Europa fica diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse a casa dos teus amigos ou a tua própria; a morte de qualquer homem diminui-me, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti”.
John Donne, poeta inglês.
"Dois anos ele caminha pela terra. Sem telefone, sem piscina, sem animal de estimação, sem cigarros. Liberdade definitiva. Um extremista. Um viajante estético cujo lar é a estrada. Fugido de Atlanta, não retornarás, porque ”o Oeste é melhor”. E agora depois de dois anos errantes chega à última e maior aventura. A batalha final para matar o ser falso interior e concluir vitoriosamente a revolução espiritual. Dez dias e noites de trens de carga e pegando carona trazem-no ao grande e branco Norte. Para não mais ser envenenado pela civilização, ele foge e caminha sozinho sobre a terra para perder-se na natureza."
Na Natureza Selvagem, filme de Sean Penn
INTRODUÇÃO
“Happiness is only real when shared. ” É essa a frase que, na composição de uma cena, encerra a obra cinematográfica Na Natureza Selvagem (Into the Wild – 2007). A frase em si, desprovida do próprio contexto do filme, já suscita inúmeras reflexões. O que é felicidade? Essa representação tão colocada como finalidade de uma busca na vida de todo ser humano pode mesmo ser atingida? Se sim, quais os caminhos para ela? Esses caminhos são subjetivos e particulares de cada indivíduo, ou tem direcionamentos comuns entre todos os seres humanos? Além disso, sendo ela admitida como real e alcançável, será que pode ser construída na individualidade de cada um, em sua relação com o mundo como indivíduo, ou apenas à medida em que se estabelecem relações com outras pessoas? Popularmente falando: é possível ser feliz sozinho? Ou, tornando esse pensamento mais coerente à essa reflexão, é