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Também como reflexo dos fatores económicos acima mencionados, assiste-se a um aumento e persistência das
desigualdades sociais por via dos elevados e crescentes níveis de desemprego, pelo défice de escolarização,
designadamente secundário e superior, e pela insuficiente equidade das políticas redistributivas, colocam em
risco a coesão social.
O desemprego atinge níveis muito altos, constituindo um dos problemas mais marcantes da nossa sociedade, que
a prazo resultará no agravamento das desigualdade e da pobreza. As situações de vulnerabilidade social
decorrentes do desemprego comprometem o bem-estar social, constituindo também por isso um fator de risco
agravado para a emergência de comportamentos aditivos e dependências. Pessoas e famílias desorganizadas,
empobrecidas, desempregadas, com fraca capacidade anímica e com menor capacidade de constituírem
fatores protetores efetivos, podem facilitar o recrudescimento de problemas associados ao consumo de
substâncias psicoativas/drogas e também à criminalidade, por via do pequeno tráfico.
Por sua vez, a complexidade e mutabilidade do fenómeno das dependências encontram-se circunscritas num
cenário sociocultural envolvente, que continua a apontar no sentido duma estigmatização social em relação às
pessoas com estes problemas e duma perceção social de baixo risco no respeitante ao consumo de
determinadas substâncias psicoativas, nomeadamente o álcool e as novas substâncias psicoativas facilitadas em
pontos de venda e disponíveis na Internet. No caso particular do álcool, essa perceção é transversal às diversas
faixas etárias da população, associado a uma forte tradição cultural judaico-cristã no caso da população mais
velha e a hábitos de consumo alinhados com uma “cultura binge” na população mais jovem. Já o recente
fenómeno das novas substâncias psicoativas no mercado português induz os jovens a uma falsa perceção de