site de filme
“Boa noite e boa sorte” (“Good night and good luck”, 2005) recria de forma breve um tenso episódio da vida do celebrado âncora norte-americano Edward R. Morrow, vivido no filme por David Strathairn. Apresentador de um jornal televisivo, ainda no início da história dessa mídia nos EUA, Morrow busca construir para seu programa uma imparcialidade que acaba por desconcertar grandes figuras do cenário político americano ao expor e repudiar suas táticas sujas e falsos argumentos ao grande público.
Um dos principais incomodados torna-se o temido senador Joseph McCarthy que, em sua caça a supostos comunistas, não poupava recursos, em sua maioria um tanto questionáveis, para alcançar seus objetivos. Essa verdadeira guerra velada entre duas figuras públicas acaba por arrastar todos os envolvidos na execução do programa e, até mesmo, o presidente da emissora. Vencendo as ameaças de McCarthy e a pressão dos órgãos políticos e jornais concorrentes, a luta pela verdade prevalece.
Segundo filme dirigido por George Clooney, que também atua, no papel de Fred Friendly, editor do programa de Morrow, “Boa noite e boa sorte” ganha peso ao levantar a eterna discussão sobre a ética nos meios de comunicação e reproduzir nas telas o conturbado cenário político norte-americano do pós 2º Guerra Mundial. A insanidade anticomunista torna-se um pano de fundo aterrador quando se percebe que um cidadão comum poderia ser sumariamente acusado de associações aos seus ideais e instituições e acabar trancafiado indefinidamente por questões de segurança nacional, o que ajuda a simpatizar com a luta do protagonista.
Com um visual retrô, em preto e branco, “Boa noite e boa sorte” conta com um bom elenco e produção esmerada, tendo sido apontado