Sistemas de Produção e uso de técnicas de manejo da forragem no Semiárido Brasileiro
1. Introdução
O Nordeste do Brasil situa-se entre as latitudes 1º e 18º 30’ S e as longitudes 34º 30’ e 40º 20’ W e ocupa a área de 1.219.000 km2, que equivalem a aproximadamente um quinto do território brasileiro. A região abrange os estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, nos quais vivem 18,5 milhões de pessoas e dos quais 8,6 milhões estão na zona rural (CIRILO, J.A. et al. 2007).
Segundo Cirilo (2007), o clima da porção semi-árida caracteriza-se por um regime de chuvas fortemente concentrado entre os meses de fevereiro e maio, sendo a seca um problema constante na região. A maior parte do território nordestino é ocupada pela vegetação de caatinga constituída especialmente de espécies lenhosas e herbáceas, de pequeno porte, geralmente dotadas de espinhos, que perdem suas folhas no início da estação seca, além de cactáceas e bromeliáceas.
Os tipos de solo mais comuns na região são os sedimentares arenosos ou de origem arqueana, pertencentes às associações de Neossolos, Luvissolos, Arrissolos e Planossolos. Vale salientar ainda a presença de solos Aluvionais que ocorrem ao longo das margens dos rios, com fertilidade natural média a alta, boas características físicas e geralmente, aptas à agricultura e irrigação. Em termos gerais, a maioria dos solos do Semiárido apresenta características químicas adequadas, mas sofrem limitações físicas, no que tange à topografia, profundidade, pedregosidade e drenagem (ANDRADE, A.P. et al., 2010. Apud OLIVEIRA et al., 2003). O relevo da região semiárida pode ser plano nos tabuleiros, ondulado na maior parte da região e acidentado nas proximidades das serras.
Moreira (2007) explica que a produção animal no semiárido por muitos anos teve como base da alimentação a vegetação nativa da caatinga. No entanto, já que em termos forrageiros a caatinga mostra-se bastante rica e