sistema repiratirio
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Febre Amarela A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, não contagiosa, de curta duração e gravidade variável, causada por arbovírus do gênero Flavivirus, da família Flaviviridae. De caráter endêmico ou enzoótico (BRASIL, 2005), foi descrita pela primeira vez em 1648, em Yacatán, México, expandindo-se rápida e progressivamente para as Américas Central e do Sul, atingindo também algumas áreas portuárias ao norte do continente americano (LÖWY, 2006). Ainda hoje importante causa de morbidade e letalidade em extensas áreas tropicais das Américas e da África, origem do vírus, a febre amarela afeta anualmente cerca de 200 mil pessoas, provocando 30 mil óbitos (BRASIL, 2008; VASCONCELOS, 2003), sendo, assim, um problema de saúde pública de nível global.
No Brasil, durante décadas, as áreas urbanas foram o principal cenário das epidemias amarílicas, que ocorriam ciclicamente e tinham, em geral, grandes proporções. Esses eventos eram provocados pelo mosquito Aedes aegypti, identificado pelo saber cientifico da época como o único vetor da febre amarela urbana (VASCONCELOS, 2003). Essa crença orientou toda a política pública mundial de combate à doença, particularmente no Brasil, que por mais de meio século centrou sua ação na erradicação do Aedes, da qual a campanha de Oswaldo Cruz, no começo do século XX, é emblemática (VASCONCELOS, 2003; LÖWY, 2006).
Ancorada fortemente no ideário dos pesquisadores norte-americanos da Fundação Rockfeller, a perspectiva da erradicação manteve-se no centro das políticas públicas brasileiras de controle da doença por mais de 20 anos, mesmo depois da descoberta, em 1932, de que a doença é dividida em dois ciclos: um urbano e outro silvestre. Eles diferem, respectivamente, quanto ao agente envolvido na transmissão (mosquitos hematófagos da famíliaCulicidae), hospedeiro amplificador (humanos e símios) e área de ocorrência (cidades e florestas). Embora, dos pontos de vista etiológico, clínico, imunológico e fisiopatológico,