Sistema purinérgico
A adenosina é um nucleosideo endógeno natural que modula vários processos fisiológicos e que se forma a partir do ATP. Este último (principal fonte energética das células) é hidrolizado a ADP que por sua vez é posteriormente fosforilado a AMP que sofre desfosforilação, originando adenosina, sendo esta reação catalizada pela enzima 5’nucleotidase. A desaminase da adenosina é uma enzima que inactiva este nucleosideo, formando iosina. A sua produção pode ocorrer quer intra quer extracelularmente. As açoes da adenosina são mediadas por interações com receptores membranares específicos acoplados a proteínas G. Foram descritos quatro tipos de receptores: A1, A2a, A2b e A3. Para alem dos receptores para esta molécula, o sistema purinergico inclui ainda receptores para o ATP os quais são denominamos de P2x e P2y. Relativamente aos receptores P1 (metabotrópicos), os A1 e A3 interagem preferencialmente com membros da família das proteínas Gi, sendo de natureza inibitória. Por sua vez, os A2 estão a acoplados a Gs e são excitatórios. A adenosina tem uma concentração mínima nos fluidos corporais (20-200nM) que é suficiente para activar estes receptores nos locais onde estes se encontram mais expressos. Em situações de stress como no caso de isquemia, os seus níveis aumentam na tentativa de minimizar o risco de efeitos.
Em relação aos seus efeitos, a adenosina é um metabolito intermediário em várias vias biológicas, tendo papel na regulação do tonus vascular coronário e sistémico (vasodilatação) por ligação aos receptores A2A que ao estarem acoplados a Gs vão aumentar o cAMP. Para alem disso intervém ainda na inibição planetária (via receptores A2A) e inibe a lipólise (resultado da activação de receptores A1). Os receptores A1 também são responsáveis pela acção crono, dromo e inotropica negativa da adenosina (daí a sua utilização como antiarritmico em taquiarritmias supraventriculares), pela inibição da libertação de