Sistema patriarcal
Antecedentes
Friedrich Engels, influenciado pelo pensamento de Bachofen, no seu A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado, postulou que, antes de serem atormentados pela civilização, os humanos viveram num estado de felicidade comunitária, assinalada por uma promiscuidade alegre e plena igualdade dos sexos. Entretanto, a invenção da domesticação de animais levou à acumulação de propriedade privada pelos homens. Com a propriedade nas mãos dos homens veio o desejo masculino da herança sistemática, que levou os homens a controlarem a sexualidade das mulheres como meio de deixar clara a paternidade. Em outras palavras, uma vez que detinham propriedades, os homens queriam ter certeza de quem eram seus verdadeiros herdeiros e, assim, a propriedade privada levou diretamente à subordinação das mulheres, "à derrota histórica mundial do sexo feminino".
A historiadora Gerda Lerner concebeu uma progressão que não difere muito da de Engels, embora ela ofereça um cenário mais abrangente e prefira imaginar uma institucionalização gradual da dominação masculina ao longo de um período de 2.500 anos, entre 3.100 a.C. e 600 a.C., no Oriente Médio. Porém, os mais antigos documentos na Mesopotâmia indicam que o patriarcado começou antes da História escrita. Assim sendo, somos obrigados a suplementar uma análise histórica com especulações antropológicas sobre sociedades caçadoras-coletoras contemporâneas. Lerner afirma que nessas sociedades encontram-se "muitos exemplos de complementaridade entre os sexos e sociedades nas quais as mulheres têm um status relativamente elevado".
Sistema Patriarcal – Conceito
O chamado modelo patriarcal de família tem referência com o modelo senhorial e os clãs parentais.
Na definição da família patriarcal, temos uma família numerosa, composta não só do núcleo conjugal e de seus filhos, mas incluindo um grande número de criados, parentes, aderentes, agregados e escravos, submetidos todos ao poder absoluto do