Sistema florestal de curta rotação para produção de bioenergia
Stella Vannucci Lemos
Saulo Philipe Sebastião Guerra
Com o crescimento da população mundial, a demanda por energia tende a aumentar e, consequentemente, a procura por “energia limpa” é a alternativa para que não ocorra escassez de fontes fósseis e não renováveis. No Brasil houve uma era de transformação em relação ao consumo de energia, pois era um país que utilizava lenha e carvão vegetal para geração de energia, mas que após a industrialização ficou altamente dependente de petróleo como fonte energética. O petróleo usado no país era importado e pelo fato do consumo de combustíveis derivados do petróleo ser crescente, o governo brasileiro – durante a década de 1970 – teve a iniciativa de substituir o combustível fóssil usado em carros pelo etanol e, assim, a cana-de-açúcar entrou no cenário de geração de energia. Atualmente, o estado de São Paulo é o maior produtor de cana-de-açúcar e etanol do Brasil. Mas, devido ao crescimento do consumo brasileiro de energia – 4,5% ao ano, segundo o EPE (Empresa de Pesquisas Energéticas) – outras fontes de energias renováveis estão entrando na área de produção de bioenergia, destacando-se culturas que produzem biomassa, tais como culturas florestais, resíduos de colheita de milho ou até mesmo palha de arroz e cana-de-açúcar. A biomassa florestal é considerada uma fonte energética renovável, apresentando um forte potencial para geração de energia, com baixo índice de emissão de gases do efeito estufa, tornando-se uma opção vantajosa em relação às fontes não renováveis. Com o objetivo de aumentar a competividade da biomassa florestal na matriz energética nacional, surge no contexto as plantações de ciclo curto e diferentes adensamentos com finalidades energéticas – Sistema Florestal de Curta Rotação (SFCR). Estes são sistemas silviculturais que visam uma maior produção de biomassa por unidade de área e um menor espaço de tempo.