Sistema de informação
Para atender sua meta de garantir altos lucros aos acionistas, a Contax - maior empresa de call center do país, procura extrair cada vez mais o suor e sangue dos trabalhadores, sob a justificativa de “aumento da produtividade”.
Após anunciar um lucro líquido de R$ 13,8 milhões referente ao último trimestre do ano passado e ter reajustado os salários abaixo do índice aplicado ao salário mínimo os patrões querem agora consolidar sua estratégia de atendimento “multi-Skill”. Trata-se de obrigar os tele-operadores a atender/vender diversos produtos simultaneamente e ainda por cima fazer atendimento do transbordo de seguimentos atendidos por outras equipes. Isso acontece para corrigir os erros de dimensionamento da operação, não contratar o número suficiente de trabalhadores e nos submeter a um ritmo depreciativo de trabalho. Em defesa dos interesses dos trabalhadores o item 5.14 do anexo II da NR17 diz: Com a finalidade de reduzir o estresse dos operadores, devem ser minimizados os conflitos e ambiguidades de papéis nas tarefas a executar, estabelecendo-se claramente as diretrizes quanto a ordens e instruções de diversos níveis hierárquicos, autonomia para resolução de problemas, autorização para transferência de chamadas e consultas necessárias a colegas e supervisores.
Diversas organizações sindicais em nível internacional têm denunciado condições de trabalho inaceitáveis, salários baixos, falta de segurança no emprego, pouca perspectiva de evolução na carreira e discriminações diversas. Chega-se a denominar os call-centers como "sweatshops of the electronic age”, algo que em tradução livre corresponderia a "senzalas da era eletrônica"
O intervalo entre as chamadas é ponto chave na visão de produtividade da empresa e na exigência da Anatel, evitando-se esperas para os clientes. Com o multi-skill, os operadores mantêm-se ocupados durante toda a jornada, sem disponibilidade entre chamadas, deixando seu posto de trabalho apenas nas