Sintese so texto de barus-michel sofrimento e perda de sentido: considerações psicossociais e clínicas
SOFRIMENTO E PERDA DE SENTIDO: CONSIDERAÇÕES PSICOSSOCIAIS E CLÍNICAS Buscar uma definição adequada para descrever o sofrimento humano não é uma tarefa fácil de ser realizada. Conforme salienta Barus-Michel (2003) culturalmente, o sofrimento pode assumir formas e graus que irão variar de acordo com a época e com a sociedade em questão. Desta maneira, tanta a filosofia como a religião vigente, ou até mesmo o status social do sujeito que sofre, podem determinar qual será a expressão deste sofrimento e a extensão do ressentimento causado pelo mesmo. O sofrimento encontra-se na origem da condição humana, uma espécie de desfalecimento diante da nadificação da condição humana, quando o ser se confronta com a angústia de sua própria finitude, de ser desprovido, inacabado e incompleto. A palavra sofrimento refere-se ao termo grego phérein, que, posteriormente, passou a ser designado sufferre, em latim, significando tolerar, suportar, permitir e, somente no século XVI, entre os franceses assumiu a significação da experiência de uma dor. No Século XVI sofrer era equivalente a “experimentar uma dor” (Barus-Michel, 2003); sendo que, tal definição foi assumida pelos dicionários atuais que atribuem ao sofrimento qualidades como: dor aguda, viva, dilacerante, intolerável, causadora de tristeza, angústia, infelicidade, abandono, feridas, entre outros. Diante de tais atributos, sofrer poderia ser traduzido em “um morrer devagarzinho”. Tal processo resultaria na perda gradativa da capacidade de controle e elaboração das sensações e representações simbólicas, e no esgotamento das capacidades intelectuais devido à repercussão emocional ocasionada pelo sofrer. O sujeito que sofre vê-se afetado em sua unidade e integridade. Experimenta, portanto, uma ruptura de sentido em sua identidade, fato este que provoca angústia, desespero, depressão. Portanto, pode-se definir o sofrimento como sendo qualitativo, subjetivo e relacionado à