Sinopse - A Bolsa e a Vida
Segundo o autor “Num mundo em que o dinheiro (nummus em latim) é ‘Deus’; em que o ‘dinheiro’ é vencedor, o dinheiro é rei, o dinheiro é soberano (nummus vincit, nummus regnat, nummus imperat)” (p.8), se desenvolve o drama medieval com todas as suas implicações, trazendo transtornos físicos e emocionais capazes de atormentar psicologicamente o homem de então e deixando implícita a ambigüidade do poder eclesiástico. Os séculos X a XII constituem-se o recorte temporal da chamada idade das trevas. Durante esse período a questão da usura permeia a mente da sociedade principalmente nos séculos supracitados. A usura seria por muitos séculos um mal combatido pelo clero. A obra divide-se em seis capítulos. No segundo, desenvolve-se a ideia do inferno que é o meio principal pelo qual o domínio se dá na vida do homem medieval. A justificativa de tal ideia provém de textos bíblicos, tanto do Antigo como do Novo Testamento. A penitência é desenvolvida chegando ao ponto de se confeccionar em tabelas penitenciais: “Durante a idade média, as tabelas de penitência consoante a natureza dos actos pecaminosos estavam consignadas em penitenciais” [grifo do autor] (p. 10). A citação do inferno como condenação pelo pecado da usura permeia os demais capítulos: “Sim, a usura só podia ter um destino: o inferno” (p.37). Dessa maneira o homem da época vivia amedrontado, acuado