sinopse do livro "as intermitências da morte"
O livro inicia-se com um estranho acontecimento: no primeiro dia do ano de um hipotético país, ninguém morreu. A princípio as pessoas reagem com felicidade, porém dão-se conta de que uma sociedade sem morte seria tragicamente afetada, sendo apresentados os exemplos de várias instituições que dela dependem. Sem a morte, mesmo quem deveria morrer continua num “estado de vida suspensa”.
É então que um velhote nesta situação pede às suas filhas que o levem ao país vizinho. Lá a morte não parara de exercer as suas funções, portanto ele poderia descansar em paz. E assim foi.
A notícia deste ato espalha-se e práticas semelhantes começam a ocorrer por todo o país. O governo decide vigiar determinadas zonas fronteiriças para controlar esta conduta. Nisto, surge um grupo responsável por fazer as passagens dos moribundos (máphia) que, através de chantagens, consegue um acordo de cooperação com o governo.
Certo dia, o Diretor da Televisão Nacional lê, em direto, uma carta da morte, onde esta explicava que aquilo tudo fora um equívoco e que, a partir da meia-noite, tudo voltaria à normalidade, embora as pessoas fossem avisadas do seu falecimento previamente. As instituições que haviam sido prejudicadas pela ausência mortal manifestaram o seu agrado, mas o mesmo não aconteceu com a máphia.
Passado algum tempo, uma das fatídicas cartas da morte é devolvida várias vezes, o que faz com que a vítima - um violoncelista - permaneça vivo para além da data estabelecida para a sua morte. Esta, ciente do seu poder, decide alterar o verbete do violoncelista e retira-lhe um ano de vida.
A personagem obituária resolve disfarçar-se de mulher e ir conhecê-lo pessoalmente. Eles encontram-se algumas vezes e, no dia da sua despedida, a morte queria-lhe entregar a carta. No entanto, os dois acabam por se envolver e ela queima-a. No dia subsequente ninguém morreu.