Sinopse de alguém já viveu um amor sem escala
George Clooney disse que sim e fui ver do que se tratava no divertido filme que concorre ao Oscar. “Amor sem escalas” conta a história de um executivo que não sai do avião, ganhando um bom salário e acumulando milhares de milhas fazendo um trabalho sujo e antipático. É contratado por diretores de empresas que estão realizando demissões em massa para dar a triste notícia aos ex-empregados. E, de quebra, tentar convencê-los de que perder o emprego pode ter um lado positivo.
Ao longo do filme, a frase “sua fidelidade é valorizada por nós” aparece em painéis, letreiros, cartazes, fazendo-nos refletir sobre o tema. Numa das cenas mais divertidas do filme, Clooney compara seus cartões e pontos de milhagem com uma amiga e disputa com ela quem tem mais créditos. Declara não saber muito bem o que fazer com as milhas. Acostumou-se a viajar, a acumulá-las, mas não tem tempo para usá-las. Não deixa de ser irônico o fato de que ele, que valoriza tanto a fidelidade, exerça a função de demitir funcionários fiéis.
Saí do filme pensando sobre a fidelidade corporativa. Aquele vínculo que nos oferecem em prol de um benefício futuro que pode chegar um dia, quando chegar.
Já participei da criação de muitos programas de fidelidade. Já vi pessoas se esmurrando em função de uma caneta e outras felizes por trocarem cupons por uma sobremesa. Prazeres efêmeros, porém eficazes.
Vi também pessoas acumularem pontos durante anos e, ao final da jornada, terem que escolher entre um jantar ou uma sacola térmica. Fora os presentes de aniversário que insistem em nos oferecer, assumindo a conta de um jantar para o aniversariante (apenas), mas não para o acompanhante. Cadê a visão integrada do cliente?
Enfim, fidelidade me parece um conceito divino no qual você acredita mesmo não vendo, gosta mesmo não degustando e espera que um dia possa usufruir, caso se comporte adequadamente. Nunca vejo fidelidade ligada a atendimento. A comunicação de um novo lançamento