Signo semântica simbologia - Um olhar sobre o Museu de Arte Sacra de São Paulo
Atualmente existem diversos museus de arte sacra no Brasil. Pode-se notar que um local como um desses museus esteja plenamente carregado de simbologia, de signos e de objetos que unem diferentes significâncias e semânticas ao longo de suas seculares existências. Existe uma interessante possibilidade de estudo para a análise dos signos e a fusão de culturas e estereótipos, se olharmos singularmente para um específico sítio de cultura de arte especializada. Este artigo irá abordar um olhar sobre essa simbologia, porém cerca-se apenas o Museu de Arte Sacra de São Paulo (MAS-SP), por motivos de conhecimento mais profundo do espaço expositivo, do acervo disponível e da proximidade para visitação in loco desse espaço pelo autor desse artigo.
Quando é lançado esse olhar sobre os objetos de um museu de arte sacra, temos uma riqueza de possibilidades e análises do campo da semiótica, no domínio dos símbolos1. Uma peça dentro de uma exposição de arte carrega uma multiplicidade de significados, sentidos e idéias, que sempre remete ao mundo exterior e dialoga interiormente com o indivíduo que a vê, toca, escuta e sente2. Um objeto artístico tem uma imensa carga simbólica e significativa. Tal objeto, que não sucumbiu às mazelas do tempo, foi conservado e recolhido por um historiador ou amante do passado e colocado em um museu por um museólogo profissional, conseguindo remeter assim a sociedade em que foi produzido, as técnicas usadas para a sua construção, a estética artística de seu período e tantas outras situações e reconstruções do período de sua produção. Um objeto de arte sacra carrega então uma carga que além de artística, foi durante muito tempo religiosa e litúrgica. Portanto ao olharmos para esse objeto podemos elencar uma fusão de símbolos, uma (des)construção de elementos e signos. Fora do seu ambiente sacro (ou seja, fora de seu templo ou espaço religioso) este objeto ganha a força de ser