Siderurgica
Ideia usa a sobra da glicerina, gerada no processo de fabricação do biocombustível
O chuveiro que esquenta com a luz solar ou o carro abastecido com etanol são alguns exemplos da presença constante da mudança que vem ocorrendo na indústria usando tecnologias que buscam poluir menos o meio ambiente. "Quando usamos o termo tecnologias limpas nos referimos a qualquer tipo de tecnologia que no final das contas terá um efeito benéfico para o meio ambiente, seja no sentido de gerar menos perdas ou transformar substâncias poluentes", define o doutor em química e professor da Universidade Federal de Minas Gerais Rochel Lopes. Ele é um dos pesquisadores à frente de projetos em desenvolvimento no estado que unem teoria e prática na investigação e aplicação de tecnologias limpas que não ficam restritas ao âmbito acadêmico.
Um dos trabalhos conduzidos por ele atualmente, em parceria com a empresa de ecotecnologias Verti, atua justamente no estudo de inovação verde com o uso voltado para a mineração. Um dos exemplos é a fabricação de supressores de poeira a partir do rejeito de glicerina gerado no processo de fabricação do biodiesel.
Com aplicações variadas, entre elas cobrir vagões de trem e caminhões que transportam minério de ferro, o produto chama mais a atenção no poderoso mercado de mineração porque evita perdas durante o transporte, além de conter a dispersão com o vento. O supressor de poeira é um líquido feito a partir da glicerina impura descartada do biodiesel, que é despejado nos vagões carregados. Em ação com a água, o produto cria uma fina camada sobre o minério. "Assim, ele evita que o material particulado, durante a armazenagem e o transporte, se espalhe e cause um outro problema ambiental que é a poeira", explica o professor.
O supressor de poeira já gerou duas patentes para Minas Gerais, uma pela UFMG e a outra da Verti. Como Rochel Lopes destaca,