Setor de autopeças
O setor de autopeças brasileiro e a tendência mundial de concentração do setor de inovação: uma proposta de um novo papel para a indústria nacional Weber Pimenta Gomes Netto (UFRJ) weberline2@yahoo.com.br
Regis da Rocha Motta, Ph.D. (UFRJ) regis@ind.ufrj.br
Resumo
O presente artigo apresenta uma proposta de como a indústria nacional de autopeças deve se comportar frente à tendência mundial de concentração do setor, principalmente da área de pesquisa e desenvolvimento. Considerando vocações nacionais históricas para a engenharia e desenvolvimento de produtos, este setor nacional pode se tornar um centro de tecnologias voltadas para as necessidades específicas de países de terceiro mundo.
Palavras-chave: Inovação, Autopeças, Follow sourcing.
1. Introdução
Diversos estudos sobre o complexo automotriz, o qual envolve montadoras de veículos e o setor de autopeças, indicam tendências de terceirização de atividades pela parte das montadoras e uma concentração do mercado fornecedor de peças. Empresas fornecedoras de grande porte passam a ter um papel crítico na produção de veículos, fornecendo módulos e sistemas completos às montadoras. O impacto no setor de autopeças brasileiro é considerável e pôde ser analisado em diversos estudos, principalmente no que indicou um processo de
“italianização” de fornecedores da fábrica da Fiat em Minas Gerais. (LEMOS 2000).
Principalmente em relação às áreas de pesquisa e desenvolvimento, atividades consideradas estratégicas pelas empresas montadoras passaram a ser concentradas nos países-sede das mesmas, intensificando a tendência de padronização de carros mundialmente. Estudos apresentam previsões pessimistas sobre as tendências futuras do setor nacional de autopeças, muitas vezes propondo que países periféricos, como o Brasil, passarão a exercer um papel de
“braço operacional” das montadoras, acatando as decisões de produção e