servicosocial
É voz corrente entre os profissionais da área e de outros setores que o Serviço Social - SS é uma profissão essencialmente interventiva. A partir dessa noção convencionou-se caracterizar o Serviço Social como uma profissão de intervenção na realidade social, e o assistente social - AS -, profissional da área, seria, então, aquele profissional imerso no pragmatismo,1 habilitado para intervir nas diferentes manifestações da questão social. O objetivo deste artigo é problematizar e desconstruir essa visão pragmática acerca do trabalho do assistente social com vistas a resgatar sua dimensão investigativa. Parte-se da premissa de que o exercício profissional do assistente social exige uma atitude investigativa constante para que não se torne meramente pragmática, sem intencionalidade e clareza de finalidade.
Tal assertiva remete, necessariamente, às inquietações interrogativas advindas de um desassossego da experiência da autora como assistente social, formada há uma década, e de sua posterior inserção na docência em Serviço Social2 e como pesquisadora da área.3 A relação entre a atitude investigativa e a pesquisa no trabalho do assistente social aporta um confronto de interrogações no âmbito profissional e pessoal da autora que, em virtude de sua atuação nos últimos três anos na formação de graduação em Serviço Social, em diferentes instâncias pedagógicas, nos espaços formais4 e informais,5 deram origem aos insumos básicos à elaboração deste texto.
Entre as questões que motivaram e mobilizaram a abordagem deste assunto, procurou-se dissertar sobre aquelas que pareceram importar ao debate da categoria em pleno século XXI, como, por exemplo, qual é a relação entre a atitude investigativa e o trabalho do assistente social na contemporaneidade? Por outro lado, como o AS pode atuar se não investiga, se é um profissional que trabalha com a viabilização do acesso aos direitos dos usuários? Como refletir e construir conhecimento sem a