Sermão da Sexagésima
Sermão da Sexagésima
Bragança Paulista, São Paulo, 11 de março de 2014
ANÁLISE DO "SERMÃO DA SEXAGÉSIMA" OU "A PALAVRA DE DEUS", PADRE VIEIRA
Sermão mais famoso de Vieira, proferido na Capela Real a um público composto por católicos da nobreza portuguesa, no ano de 1655, em Lisboa. Esse sermão, exemplo clássico do pensamento conceptista de Vieira, é uma espécie de profissão de fé do autor sobre sua prática oratória. Através de uma organização de raciocínio, propõe-se a discutir “por que não frutifica a palavra de Deus na terra”.
Sexagésima significa, em termos de liturgia, a segunda dominga do período litúrgico que antecede a Quaresma, ou seja, o domingo que vem quinze dias antes do primeiro domingo da Quaresma e que é, aproximadamente, o sexagésimo dia antes da Páscoa. Quaresma refere-se ao espaço de quarenta dias de jejum, que vão de Quarta-Feira de Cinzas inclusive, até ao domingo de Páscoa, inclusive. E a Páscoa é, para os judeus, a principal festa religiosa e, para os cristãos, a festa da Ressurreição de Jesus Cristo.
O título deste sermão do Padre António Vieira não se refere ao assunto tratado, pelo menos aparentemente, mas à ocasião em que foi proferido e exposto. O seu tema fundamental é expor o Sermão do sermão, ou, mais precisamente, uma teoria geral e formal do sermão, que é, ela própria, um sermão, não um mero sermão, mas sim o Sermão, a partir do qual todos os outros sermões devem ser elaborados ou explicitados.
Nele predomina a função metalinguística de linguagem: um sermão que estabelece os princípios da arte de pregar, incitando os jesuítas a saírem às colônias e pregarem a palavra de Deus, ampliando a fé católica no mundo.
O sermão é um todo de 10 pequenos capítulos:
1. O autor procura se aproximar do auditório dirigindo-lhe perguntas que ele mesmo, o autor, responde;