Senhora holle
baldes de tinta fresca não resolvam, costumava dizer. Além disso, ficou louca
quando viu o casarão à venda. Era simplesmente espetacular. Tinha um excelente
terreno para fazer jardim e quintal, três salas imensas, cinco quartos, três banhei- ros e vários cômodos que poderiam ser adaptados. O lugar perfeito para uma
recém-casada que pretendia ter muitos filhos.
Velha era, até demais. Exigiria um bocado de reformas. Mas o preço era
incrivelmente baixo. Jamais conseguiria comprar uma casa daquelas tão barato.
Não foi difícil convencer o noivo a trocar o sonho de um pequeno
apartamento de sala e quarto por uma mansão maravilhosa. Compraram o imóvel
e levaram um ano inteiro fazendo obras. Ao fim do período, tinham uma casa
simplesmente deslumbrante. A antiga fachada descascada agora exibia uma
alegre pintura amarela. Portas, janelas e pisos tinham sido recuperados. Cômodos
que antes cheiravam a mofo deixavam passar fartas lufadas de ar fresco.
Canteiros de flores e ervas aromáticas substituíam o terreno baldio que antes
rodeava a casa. Tinham capinado e replantado tudo.
Denise só manteve uma antiga figueira. Era simplesmente magnífica com
seu tronco forte e uma profusão de galhos. Quem chegasse à casa, veria, em
primeiro lugar, a figueira, que reinava, soberana, na entrada. Em seguida,
prestaria atenção à moradia impecavelmente reformada.
Agora, ali, tudo era claro, colorido e cheirava bem.
Verdade que a vizinhança ainda evitava o lugar. Até mesmo o carteiro relutava
em se aproximar. Mas nada impediu o jovem casal de mudar-se para lá logo após
a lua-de-mel.
Denise ainda se lembrava bem do dia da mudança, os dois pegando carona
no caminhão e olhando as ruas com uma curiosidade infantil. Foi nessa ocasião
que ela reparou na igrejinha que ficava a poucos quarteirões da casa. Uma graça.
Apesar de sua