Senhor
Os conhecimentos e outras crenças do senso comum baseiam-se na experiência cotidiana das pessoas, na chamada experiência de vida (que se distingue da experiência científica por ser feita sem um planeamento rigoroso, sem método). Alguns casos tratam-se de experiências pessoais, nos outros casos são experiências partilhadas pelos membros da comunidade – no decurso do processo de socialização. Em suma, é um conhecimento que se adquire sem estudos, sem investigações.
Por exemplo: para aprender onde fica a padaria mais próxima de casa ou para aprender a atar os sapatos não é preciso efetuar uma investigação metódica, basta a experiência de vida.
Pelo contrário, a ciência implica investigações, estudos efetuados metodicamente.
Por exemplo: De outra forma, como se poderia descobrir a temperatura média de um planeta tão distante como Mercúrio? Como é que a simples experiência de vida podia permitir a descoberta de que a luz do Sol leva 8,33 minutos a chegar à Terra?
O senso comum é um saber assistemático, na medida em que constitui um conjunto disperso e desorganizado de crenças (algumas constituem conhecimentos e outras não), não implicando por parte dos seus detentores um esforço de organização. Por isso, algumas das crenças podem ser contraditórias.
Por exemplo: as mesmas pessoas podem acreditar que “Quem espera desespera” e “Quem espera sempre alcança”.
Ciência é um saber sistemático na medida em constitui um conjunto organizado de conhecimentos, havendo da parte dos cientistas um esforço para que as diversas teorias se articulem entre si e sejam coerentes.
O senso comum é um saber impreciso, na medida em que normalmente não se exprime de modo rigoroso e quantificável.
A ciência é um saber mais preciso do que o senso comum. As diversas ciências, naturais ou sociais, recorrem sempre que possível à Matemática, na tentativa de apresentar resultados rigorosos. Mesmo nas investigações em que não é possível