Senhor
No norte da África, mais precisamente na região conhecida como Sahara Ocidental, divisa com o Marrocos e com a Mauritânia, o processo de descolonização apresenta características de outorga de poder quando a Espanha deixa o controle do país, mas o transmite aos países que fazem fronteira com o território.
No final da década de 50, o povo saharaui entra em conflito com os colonos espanhóis em uma autentica manifestação de nacionalismo. A Espanha, em cumplicidade com a França e o Marrocos, respondem severamente em um ataque conhecido como “Operação Furacão” cujo objetivo era sufocar o povo local com um ataque de 200 aviões de guerra dos três países.
Na década seguinte, após uma derrota eminente, o povo saharaui torna a reorganizar-se no seio da classe trabalhadora e de refugiados a fim de mantendo viva a consciência nacional e politica. Cria-se sob necessidade, uma organização politica independentista, cujo objetivo principal é reunir e canalizar as reivindicações populares. O Movimento de Libertação Nacional Saharaui (MLNS) se espalha por toda a colônia e através de greves e manifestações populares, intensificam o pedido de independência ao sahara ocidental. Em 1970, durante uma série de manifestações em três cidades, com adesão de milhares de habitantes, um general espanhol ordena as forças policiais que neutralize a ação da população, resultando em um massacre e diversas prisões.
Este acontecimento constitui um marco na evolução do Movimento de Libertação Nacional Saharaui (MLNS) na medida em que não somente desmascara o carácter colonialista do " paternalismo franquista " e do "provincialismo", como atrai a atenção dos países da região, da África e do mundo sobre a existência e sobre a luta do povo saharaui pela sua liberdade. Mas o fato mais importante é a experiência de luta que o 17 de Junho de 1970 traz ao MLNS contra o domínio estrangeiro, acelerando a tomada de consciência dos meios saharauis