Semântica: uma abordagem acerca dos conceitos de polissemia e sinonímia
A SEMÂNTICA E OS CONCEITOS DE POLISSEMIA E DE SINONÍMIA
A semântica é considerada uma ciência recente (os primeiros passos em direção à sua criação datam de 1825 e 1886), porém o vocábulo semântica foi utilizado, pela primeira vez, em 1883, por Michel Bréal, que propôs a nova ‘ciência das significações’ (MARQUES, 2003, p. 32-33). A semântica é, segundo Trask (2004, p. 261), o ramo da linguística que estuda o significado. Já para Câmara Jr. (2007, p. 267), a semântica estuda a significação das formas linguísticas. Este autor explica que a semântica pode ser descritiva (sincrônica) ou histórica (diacrônica), sendo que, na primeira, estuda-se a significação atual das palavras de uma língua, levando-se em conta, entre outros, aspectos como a polissemia e a sinonímia de cada palavra (Idem). Para Dubois et al. (2001, p. 527), a semântica é “um meio de representação do sentido dos enunciados”. Na visão destes autores, “a teoria semântica deve explicar as regras gerais que condicionam a interpretação semântica dos enunciados, como a teoria fonológica deve explicar as regras fonológicas universais (...)”. (Idem). A pesquisadora Maria Helena Duarte Marques (2003, p. 33) observa que, apesar de a ideia de semântica proposta por Michel Breal - em seu Ensaio de semântica; ciência das significações (1925) - estar atrelada a uma visão historicista e limitada ao plano lexical, a tese defendida pelo cientista abriu caminhos para se pensar a concepção de língua para além de um fenômeno estritamente físico, ou seja, considerando aspectos conceituais da linguagem, bem como a sua natureza psicológica, relacionando-a com os fenômenos históricos e socioculturais. Assim sendo, muitos estudos foram feitos, especialmente na Europa, em torno das modificações de sentido das palavras, comparando os significados de palavras ao longo do tempo. Sob a ótica desses estudiosos europeus – baseados nas