Semin Rio Perlongher
1188 palavras
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Problemática da pedofilia na transação entre cliente e michê.Corpos “expropriados” numa “operação fraudulenta” para integrar as relações de intercâmbios sociais. – aspecto básico da prostituição.
Equivalência entre corpo e moeda, mas não só moeda. “O mais ínfimo movimento” dentro das relações travadas entre cliente e prostitutx pode significar valorização em um âmbito de “vantagens suplementares”. Aí se destacam duas dimensões de códigos: a macro (idade, gênero, raça, classe, etc) e a micro, que captaria as “singularidades moleculares do desejo” traduzindo-as e relacionando-as com termos monetários.
Prostituição viril como ocupando um lugar intermediário entre a sujeição às regras do código e um nomadismo pseudolibertino que encontra seu lugar na cidade.
O fluxo (no sentido de nomadismo, circulação) desejante seria capturado pela “máquina de calcular” que lhe atribuiria valores aos corpos e os converteria em termos monetários, ao mesmo tempo em que os situa numa equivalência tanto econômica quanto de categoria.
E o sistema de valores está atrelado a outro, o de nomenclaturas. – gay/gay; macho/macho.
A presença de tensores que valorariam a presença do michê nesse emaranhado de corpos. São três: gênero, classe e idade. Mais um oculto: raça.
Para tornar possível que a prostituição ocorra, o michê deverá se situar nesse campo instável, ocupando “posições, mais ou menos, desejantes”.
(modelo desejante geral é o da heterossexualidade, isto é, existe um processo de paródia de suas relações.)
“O desejo não ficaria restrito ao individual subjetivado, mas percorreria tensões de força que atravessam diretamente o campo social.” (p.249).
“Reterritorialização”: controla, mas também veicula o encontro sexual. Reterritorialização e desterritorialização são processos relativos e frequentemente ocorrem simultaneamente.
Paradoxo da fuga desejante por um lado, e diversos dispositivos de controle (que tentariam por ordem ao acaso) de outro. Máquina de paquera que se transforma em