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Figura do mau selvagem e do bom civilizado e do bom selvagem e do mau civilizado

“A extrema diversidade das sociedades humanas raramente apareceu aos homens como um fato, e sim como uma aberração exigindo uma justificação.” Os gregos designavam de bárbaro tudo o que não participava da helenidade.
Muitos textos da época vão reforçar esta concepção: a de que os indígenas representariam o avesso da “civilização”. De um lado, a civilização e a humanidade (Velho Mundo), do outro, a natureza e a barbárie (Novo Mundo)
A atitude, que consiste em expulsar da cultura, isto é, para a natureza todos aqueles que não participam da faixa de humanidade à qual pertencemos’ e com a qual nos identificamos, é, como lembra Lévi-Strauss, a mais comum a toda a humanidade, e, em especial, a mais característica dos “selvagens”.
São vários os critérios utilizados para se saber se aos índios podia se conceder o estatuto de humano. Laplantine (1999, p.41) cita alguns: a aparência física: eles estão nus ou “vestidos de peles de animais”; os comportamentos alimentares: eles” comem carne crua”, e é todo o imaginário do canibalismo que irá aqui se elaborar; a inteligência tal como pode ser apreendida a partir da linguagem: eles falam “uma língua ininteligível”.

O bom selvagem refere-se a visão idealizada do indígena como sempre bem comportado, que não faz guerras, que não prejudica o meio ambiente;
O mau civilizado seria o homem que destrói a natureza e prejudica os interesses dos povos indígenas;
O homem branco realmente prejudica o meio ambiente e os interesses dos povos indígenas e contra os fatos não há argumentos. Quanto ao indígena “bonzinho”, deve-se lembrar que são homens com interesses próprios e como qualquer outro povo no planeta tem e teve suas guerras, inclusive intertribais. Contudo, se há indígenas hoje cometendo crimes ambientais é por culpa do branco que interferiu na sua organização econômica, social, cultural, política... Com a erosão da cultura, estes índios passaram