Seguridade e saúde no século XX
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No início do século XX o sistema de saúde pública brasileiro se resumia basicamente nas políticas de saneamento dos espaços de circulação das mercadorias e de erradicação ou controle de doenças que prejudicassem o modelo econômico agroexportador. As ações de saúde pública neste período compreendiam basicamente campanhas de vacinação em massa, intervenções de saneamento ambiental, isolamento de doentes infectados e ações emergenciais curativas. A escolha das doenças a serem priorizadas obedecia a critérios de ordem econômica, dados pela necessidade de controlar o quadro sanitário nos centros exportadores. Já a assistência médica individual se restringia aos serviços prestados pelos profissionais liberais, restando aos pobres poucas alternativas: a medicina popular (leigos, curandeiros, benzedeiras, etc.) ou as Santas Casas de Misericórdias.
O filme narra que, com a República, Oswaldo Cruz foi nomeado como Diretor do Departamento Nacional de Saúde Pública. Foi criado então, o controle epidemiológico colocando a vacina contra a varíola como obrigatória. Esta medida não é foi aceita pela população da cidade do Rio de Janeiro, que se manifestou, organizando a Revolta da Vacina.
A partir da década de 20 o país passou por mudanças nas relações de poder político, com o fortalecimento da oligarquia paulista cafeeira no cenário econômico e político e a aceleração do processo de industrialização nos espaços urbanos. A concepção de saúde então toma outra dimensão, noção de que o processo saúde-doença era um fenômeno coletivo de saúde – portanto, uma questão de saúde pública, mas determinado pelas questões próprias das pessoas, dos indivíduos. Assim, as ações educacionais voltadas à higiene ambiental e individual passaram a ser consideradas as principais ferramentas no campo da saúde pública. Nesta lógica, medicina e saúde pública eram vistos como campos científicos distintos: a primeira como