Segurança trabalho
| | Até pouco tempo, relacionar a afetividade no trabalho era uma coisa absurda. Como se o afeto e todas as suas qualidades, como a cordialidade, a ética, o respeito, fossem incompatíveis. O antigo paradigma do trabalho referia-se ao fator humano como uma peça que se encaixava na engrenagem, uma relação bem mecânica. Isto se aplicava tanto para o trabalhador, como para o cliente.
Então o que se via era um ambiente de trabalho sem espaço para a manifestação do espírito humano, portanto, marcado pela competição interna tornando o ambiente tenso e frio. Não raro era ver o cliente sendo desprezado e maltratado pelos atendentes. Infelizmente, ainda damos de cara com pessoas que não acordaram para a nova realidade profissional. Um dia desses fui pagar uma conta numa casa lotérica. A funcionária, impaciente, nem se dava conta de olhar para os clientes, e tampouco a dizer a palavra mágica obrigado. Na minha vez, descuidadamente esqueci de pegar o troco, já ia saindo quando ouvi aquilo que mais parecia um comando para parar cavalo: Ôo, Ôo, ó o seu troco! Mas nem tudo está perdido. Tempos atrás fui surpreendido positivamente. Num stand de uma marca de café, encontrava-se uma demonstradora do produto sorridente e muito cordial. Transformou, em pleno supermercado, aquele pequeno espaço em um ambiente familiar e convidativo. Parecia que aquela Profissional (com P maiúsculo) estava a receber os amigos em sua casa. O poder transformador da afetividade! Para os racionalistas, céticos ou desmotivados que acharam este texto apenas um ensaio romântico e que a realidade não é assim, afirmo que não há como negar o fato que vivemos um momento da extrema necessidade de construir relações de reciprocidade. Assim, a força competitiva se estrutura a partir de valores compartilhados. O profissional para ser eficaz compreende que é necessário trabalhar em equipe. As