Segurança pública em universidades brasileiras
A proposta de criação da universidade de segurança pública e desenvolvimento social tem como principal objetivo a produção de reflexão acadêmica com vistas a abrir perspectivas de ação no combate à criminalidade e à pobreza com recursos de diferentes áreas de especialização. A instituição atuará na formação de um novo tipo de profissional, um gestor público capaz de trabalhar nas diversas áreas da administração envolvidas na manutenção da ordem pública. Também poderá atuar na formação e capacitação de profissionais de entidades privadas, comunitárias ou não-governamentais relacionadas direta ou indiretamente com o tema da segurança e do desenvolvimento social. A proposta se insere no “novo paradigma” que vem se formando em torno da necessidade de uma abordagem intersetorial e multidisciplinar para as questões da segurança pública e do desenvolvimento humano e social. De acordo com definição adotada pela ONU, segurança humana é o conceito que consegue conjugar as dimensões de paz, segurança e desenvolvimento (“Human Security Now: Protecting and Empowering People”, Commission on Human Security, New York, 2003). Trata-se de noção que, além da ausência de conflito violento interno, abrange também os direitos fundamentais, governança, acesso à saúde e à educação etc. O Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (PRONASCI), lançado em 2007 pelo governo federal e aprovado por consenso nas duas casas do Congresso Nacional, exemplifica a mobilização de esforços na consolidação do novo enfoque. O programa tem como marca fundamental o enfrentamento da criminalidade, da violência e da sensação de insegurança com a conjugação de políticas de segurança com ações sociais. A universidade de segurança pública e desenvolvimento social seria instrumento adicional a colaborar com esse esforço. A universidade deveria estruturar-se em quatro formatos distintos: graduação, pós-graduação stricto sensu