Segurança do trabalho
Estima-se que ocorram na União Europeia cerca de 4,6 milhões de acidentes de trabalho por ano, os quais causam a perda de cerca de 146 milhões de horas de trabalho. De acordo com dados da Agência Europeia para a Saúde e Segurança no Trabalho (AESST), tal representa...
...uma perda anual entre 2,6-3,8% do PIB (EU, OSHA, 2001). Estes custos são encargos para a sociedade onde se incluem os custos suportados pelas empresas. Ora, tal como defendem (Rikhardsson & Impagaard, 2004) da mesma forma que é possível prevenir os acidentes de trabalho (AT) que ocorrem nas empresas, seria possível evitar estes custos. Contudo, apesar de ser a atitude correcta a tomar, a prevenção dos AT deverá, também, fazer sentido do ponto de vista económico bem como constituir uma boa prática para as empresas (Dorman (2000) citado por (Rikhardsson & Impagaard, 2004)). Os custos das empresas com acidentes de trabalho, pela sua própria natureza, não representam valor-acrescentado para a organização. Ou seja, têm um impacto negativo para o processo de criação de valor (Rikhardsson & Impagaard, 2004).
A avaliação dos custos organizacionais que decorrem de acidentes de trabalho tem sido objecto de diversos projectos de investigação, os quais foram iniciados por Herbert Heinrich nos anos 20. Com base nos dados que recolheu de empresas seguradoras dividiu os custos em duas classes: directos (se reembolsados pela seguradora) e indirectos (não reembolsáveis). De acordo com Heinrich (1959) citado por Rikhardsson & Impagaard (2004), os custos indirectos totalizariam cerca de 75% dos custos totais. A metáfora do iceberg utilizada pelo autor, com a parte escondida a representar os custos indirectos, é, desde então, utilizada pela comunidade técnica e científica.