Se quiser experimentar deus
São Bento entende o monge como alguém que verdadeiramente busca a Deus. Por isso o monge pode ser entendido como a quintessência, o modelo de ser humano que procura Deus. Segundo São Bento, o jovem monge deve ser rigorosamente examinado “si reverá Deum quaerit – se realmente ele procura a Deus”(Regra de São Bento 58,7). O monge não é alguém que já tenha encontrado Deus, mas sim alguém que o procura durante toda sua vida. O monge procura a Deus porque antes Deus o procurou. No prólogo da regra que escreveu aos monges, Bento descreve Deus como aquele que em meio à multidão procura seu operário. Procurar Deus, portanto, significa sempre de novo a perguntar por ele. O ser humano é aquele que continuamente faz perguntas. Que não dá por satisfeito com nenhuma resposta. Somente Deus poderia ser a última resposta à sua pergunta. Mas o que aqui conhecemos sobre Deus ainda não é o verdadeiro Deus. Desta forma, justamente na caminhada espiritual, sempre temos que continuar a perguntar. O que quer dizer aquilo que chamamos de Deus? O que é realmente experiência de Deus? O que dizem os dogmas? O que fazemos quando celebramos a eucaristia? O que significa ressurreição ou o que significa encarnação de Deus? Criamos apenas imagens de Deus ou buscamos o verdadeiro Deus? Sempre de novo temos que voltar a perguntar, para reconhecermos Deus como aquele que unicamente nos pode dar a resposta que tranquiliza nosso coração. A Bíblia louva aqueles que procuram a Deus: “Vós que buscais a Deus, cobrai ânimo”, diz-se no Salmo 69,33. E no Salmo 105 rezamos: “Exulte o coração dos que buscam o Senhor. Recorrei ao Senhor e ao seu poder, buscai sempre sua face!”(Sl 105,3s). Buscar a Deus significa antes de tudo buscar a sua face. Mas como isso é possível? Jesus exige de nós que primeiro procuremos o Reino de Deus e sua justiça (Mt 6,33). E àqueles que buscam a Deus na oração ele promete que também o hão de