Divesrsos
O resultado do adoecimento das relações humanas é a mágoa. Esse sentimento de amargura se instala no solo do coração e lança suas raízes trazendo perturbação para a alma e contaminação para os que vivem ao redor. A mágoa é a ira congelada. A mágoa é o armazenamento do ressentimento. A mágoa é entulhar o coração com o rancor, é alimentar-se do absinto do ranço, é afogar-se no lodo do ódio, é viver prisioneiro na armadilha da vingança.
A mágoa é uma prisão. Ela é o cárcere da alma, o calabouço das emoções, a masmorra escura onde seus prisioneiros são atormentados pelos verdugos da consciência. Quem se alimenta da mágoa não tem paz. Não tem liberdade. Não tem alegria. Não conhece o amor. Não atem comunhão com Deus. Não pode adorar a Deus, nem trazer sua oferta ao altar. Quem retém o perdão não pode orar a Deus nem receber dele o perdão.
A mágoa é auto-destrutiva. Ferimo-nos a nós mesmos quando nutrimos mágoa por alguém. Guardar mágoa no coração é como beber veneno pensando que o outro é quem vai morrer. Quem guarda mágoa no coração vive amarrado pelas grossas correntes da culpa. Quem vive nessa masmorra adoece emocional, física e espiritualmente. Há muitas pessoas doentes porque se recusaram a perdoar. Na igreja de Corinto havia pessoas fracas, outras doentes e algumas que já estavam mortas em virtude de relacionamentos adoecidos (1 Co 11.3). Tiago ordena os crentes a confessarem seus pecados uns aos outros para serem curados (Tg 5.16). Há muitas pessoas vivendo cativas no calabouço do diabo, prisioneiras do ódio, acorrentadas pela mágoa, cuja vida espiritual está arruinada. Gente que precisa ser liberta dessa prisão existencial, desse cativeiro espiritual.
O salmista Davi orou pedindo a Deus para tirar a sua alma do cárcere (Sl. 142.7). A chave que abre a porta dessa masmorra é o perdão. O perdão traz cura onde a mágoa gerou doença. O perdão traz reconciliação onde a mágoa gerou afastamento. O perdão traz alegria, onde a mágoa produziu tristeza e dor. O