Saúde e normalidade no contexto da T.O
Vivemos em um mundo onde as diferenças são constantemente deixadas de lado. As pessoas têm necessidade de se sentiram iguais as outras (até mesmo por uma questão de aceitação), para pertencer a determinado grupo/tribo, escondendo e tentando modificar suas particularidades.
Por outro lado, a sociedade cobra um determinado padrão, seja ele estético, de personalidade, ou até mesmo no que diz respeito à saúde e felicidade; que induz as pessoas a serem o que não são, querendo impor que esse padrão é o modo correto de ser e de viver, e para se adequar é preciso ser igual à maioria. Com isso, acabamos por deixar de lado nossas características para se encaixar nesse grupo e assim ser aceito, mesmo que para isso seja preciso abrir mão de “ser feliz”. Como no livro A porquinha do rabo esticadinho. “[...] Quem não pertence ao bando dos iguais fica de fora. E quem fica de fora tem vergonha. Se esconde. [...]”
O que podemos analisar com a leitura dos dois livros é que “Normalidade” tem um sentido muito mais amplo e complexo do que parece. Afinal, o que é NORMAL? O que é ser NORMAL? O que é normal pra uns pode não ser para outros, e vice versa, e nem por isso as pessoas são melhores ou piores do que as outras, nem por isso elas não são ou não podem ser felizes e estarem satisfeitas com a sua condição.
A Terapia Ocupacional não busca um conceito de saúde e normalidade, ou a adequação do individuo a esse suposto conceito. Procura enxergar os diferentes contextos e as distintas características de cada um, assim podendo colaborar para que possamos assumir e viver bem com essas diferenças.