Saúde e Doença na Perspectiva Gestaltica
Para Goldstein (citado por Augras, 1998) pioneiro em neuropsicologia moderna, a doença é o “obscurecimento da existência”, levando em conta o pressuposto de que a saúde não é um estado, mas sim, um processo de atualização com o mundo e suas mudanças constantes em uma construção mútua, o ser e o mundo se atualizam, portanto, conjuntamente, passando da esfera do possível, para a esfera do real, ou seja, tendo a percepção das constantes mudanças e de suas possibilidades e capacidades para encarar de forma sã os obstáculos que constantemente se apresentam.
A vida está em uma constante oscilação de ordem e desordem, equilíbrio e desequilíbrio, em seus diversos âmbitos. Em meio a estas constantes mudanças o indivíduo que permanecer estagnado, alheio, apático às estimulações do ambiente e sem criatividade para transcender as dificuldades encontra-se em estado patológico, permanecendo preso à mesma estrutura, sem mudança ou criação, levando em conta o fato de que saúde e doença não são opostas neste caso, mas etapas de um mesmo processo (Augras, 1998).
A pessoa que se encontra em estado patológico não dispõe de forma normal ou livre das possibilidades que poderia manter com o mundo, quando as limitações e conflitos não são reconhecidos e enfrentados pelo indivíduo, se ampliando e tomando conta deste (Augras, 1998). Deve-se deixar claro e enfatizar a ideia de que os conflitos, problemas e dificuldades existem e afetam a todos, o que não torna uma pessoa doente se esta consegue encarar o que a atormenta e perceber outras possibilidades além da estagnação. É preciso que a pessoa perceba sua situação e a trate de frente, como parte de sua existência, de seu todo e não como uma questão à parte, enquanto a pessoa permanecer distanciada da situação, não irá perceber as peculiaridades desta e os recursos para enfrentá-la.
Algumas pessoas, no decorrer da vida, têm dificuldade em encarar e reconhecer a insegurança, paradoxos e