Saúde Coletiva

UNIVERSIDADE POTIGUAR - UNP
ESCOLA DA SAÚDE
CURSO DE PSICOLOGIA
DISCIPLINA DE SAÚDE COLETIVA

AARON HERNÁNDEZ MURCIA

ENTREVISTA

Natal/RN
2013
Para o presente trabalho, realizei uma entrevista com duas pessoas que relataram suas experiências quanto ao uso do sistema de saúde por contribuintes e não-contribuintes nas décadas de 60/70 no Brasil.
A primeira entrevistada respondeu que era contribuinte da Previdência Social e que recebia atendimento em institutos, ambulatórios, postos de saúde e hospitais, mas disse que havia no Brasil órgãos do Ministério da Saúde que atendiam não só os vinculados à Previdência, mas também aos não contribuintes, além dos hospitais particulares. Ou seja, o usuário precisava se deslocar muitas vezes para instituições distantes de sua residência. Nessas duas décadas só havia a vacinação gratuita. Ao contrário da assistência médica garantida aos trabalhadores e dependentes, servidores públicos, bancários etc. e seus dependentes vinculados, o sistema previdenciário criou nessa época uma situação de pré-cidadania, pois a utilização da assistência não se insere no escopo da cidadania, mostrando-se, ao contrário, uma intervenção bem volante, paternalista, tirando do cidadão seus direitos como ser humano em igualdade de condição com os que possuem recursos próprios.
A segunda entrevistada afirmou que existia uma enorme dificuldade quando um doente precisava de atendimento, seja para internações, cirurgia, tratamentos, etc., por não ser da previdência, mesmo nos ambulatórios de hospitais do governo. Segunda ela, haviam as Santas Casas de Misericórdia que atendiam sempre. Nessa época, afirmou que os doentes tinham acesso às vacinações. Centenas de municípios não tinham nem postos de saúde, o que muitas vezes obrigava os doentes a se deslocarem para as capitais. A Igreja Católica implantou um serviço voluntário de distribuição de uma farinha de casca de ovos, de cascas de banana e trigo que,