Saude da mulher
As mortes de mulheres por complicações da gestação, aborto, parto e puerpério representam, em 90% dos casos, um desperdício de vidas.
Apresentação
São mulheres saudáveis, que se encontram no auge de suas vidas reprodutivas, com potenciais de vida que são subitamente perdidos com a morte prematura que tem causa, quase sempre, evitável. A morte materna é um dos mais sensíveis indicadores das condições de vida de uma população e reflete, principalmente, a desarticulação, desorganização e qualidade inadequada da assistência de saúde prestada à mulher durante o ciclo gravídico-puerperal, pois a assistência pronta, oportuna e adequada pode evitar a maioria dessas mortes. Desde a década de 80 diversos organismos internacionais vêm divulgando as grandes diferenças nos números de mortes de mulheres no ciclo gravídico-puerperal, conforme a região e o grau de desenvolvimento do país. A inegável evolução científica e tecnológica da medicina atual tornou possível prevenir e evitar diversas doenças e, conseqüentemente, muitas mortes desnecessárias. Este Dossiê busca mostrar a magnitude e as características da mortalidade materna no mundo e em especial no Brasil, que ainda apresenta uma taxa estimada em aproximadamente 130 mortes maternas por cem mil nascidos vivos, segundo dados de 1998. Trata-se de número semelhante ao apresentado pelos países mais pobres da América Latina e que mostra que, infelizmente, a morte materna no Brasil não tem recebido a devida atenção por parte do governo e da sociedade.
Produção Rede Nacional Feminista de Saúde e Direitos Reprodutivos – RedeSaúde Pesquisa e redação Ana Cristina d’Andretta Tanaka
Professora livre-docente do Departamento de Saúde Materno-Infantil da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo e membro da Comissão Nacional de Mortalidade Materna. E-mail: acdatana@usp.br
Coordenação editorial: Jacira Melo Edição de texto: Marisa Sanematsu Apoio: Fundação Ford
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