Saude da mulher
4.1. Introdução
Segundo o Censo 2000 do Instituto Brasileiro de Geografi a e
Estatística (IBGE), as mulheres representam aproximadamente 51% da população brasileira. O perfi l epidemiológico deste grupo populacional segue a heterogeneidade característica do país e apresenta diferenças signifi cativas entre as várias regiões do Brasil (BRASIL, 2004b).
As principais causas de mortalidade da população feminina brasileira são as doenças cardiovasculares; as neoplasias, em especial as de mama, pulmão e colo do útero; as pneumonias; o DM e as causas externas (BRASIL, 2004b).
Apesar de não constar entre as principais causas de óbito feminino, a mortalidade materna no Brasil possui valores muito elevados, situando-se atualmente em torno de 75 por 100 mil nascidos vivos
(BRASIL, 2004b). Este é um dado alarmante tendo em vista que a gravidez e o parto são eventos fi siológicos que transcorrem, na maioria das vezes, sem complicações associadas e cujas principais causas de morbimortalidade relacionadas a este período são evitáveis.
A preocupação em desenvolver ações de atenção à saúde, específi cas para este grupo, encontra apoio nos dados comentados, principalmente devido às diferenças de exposição aos vários tipos e graus de risco em saúde a que estão submetidas às mulheres em função das relações de gênero. Deste modo, a compreensão das questões de gênero é fundamental para que se desenvolvam programas de atenção à saúde da mulher com qualidade e resolutividade.
O conceito de gênero refere-se às construções sociais que determinam e diferenciam os papéis femininos e masculinos a partir de um conjunto de relações, atributos, crenças e atitudes que defi nem o que signifi ca ser homem ou mulher. Estas diferenças, construídas socialmente, são responsáveis por desequilíbrios e desigualdades de gênero
(HERA, 2006).
Se neste início de século, no Brasil, não se tolera mais a supressão de direitos fundamentais para o exercício da