Salvador dali

Dalí gostava de dizer que esta famosa obra comprovava o seu génio intuitivo, visto que ela foi concluída seis meses antes da Guerra Civil Espanhola ter início, em Julho de 1936. O artista era publicamente contrário à guerra e achava-a desnecessária e terrível.
A atmosfera que permeia a composição é vista como um acontecimento inevitável em que a Espanha se auto-aniquilou. O monstro que domina a tela tem as mesmas proporções do contorno do mapa do país e dele brotam braços e pernas que se rasgam mutuamente, enquanto uma forma fálica e flácida abraça um quadril rompido. A face do monstro parece sorridente e faz lembrar a obra de Goya Saturno devorando um filho, de carácter sombrio e aterrorizante. Assim Dalí, define o quadro como uma obra bélica, dado que Saturno é o deus da guerra.
Os feijões surgem espalhados pelo chão sem que possam saciar a fome de alguém e é possível observar o rosto do monstro em êxtase, enquanto os músculos tensos do seu pescoço e os seus braços transformam-se e apodrecem. É provável que Dalí acreditasse que mostrando a Espanha auto destruindo-se, vincasse as atrocidades cometidas pelas partes envolvidas numa guerra.
A paisagem na qual a cena se desenrola reforça este clima de destruição, visto que o ambiente ermo de desolação e morte é um ambiente propício para todo o sofrimento causado pela guerra.

Salvador Dalí foi alvo de duras críticas por parte dos artistas surrealistas e esteve envolvido em várias polémicas, comandadas por André Breton, o pai do referido movimento. Breton acusou Salvador Dalí de ser "Ávido por dólares". Dalí foi expulso do movimento surrealista (os seus membros apoiavam maioritariamente os republicanos), na altura da guerra civil espanhola e no pós segunda guerra mundial, Salvador Dalí apoiou o regime autoritário de Francisco