Salim
Ainda em 1947 participa do Círculo de Arte Moderna, grupo que tornar-se-ia conhecido como Grupo Sul. Neste mesmo ano conhece a escritora Eglê Malheiros, com quem produz para o teatro a primeira obra dramática de Sartre exibida no Brasil. Com os recursos arrecadados no espetáculo, Salim Miguel produz a Revista Sul, que edita durante 10 anos, de 1948 a 1958. Ainda em 1948, por ação direta do Grupo Sul, é feita a exposição de arte moderna, exposição que mais tarde redundaria na criação do Museu de Arte de Santa Catarina. Sobre a exposição, Salim faz um comentário que resume a essência do eterno conflito entre a apreciação estética da arte e a visão provinciana, utilitarista e referencialista que teima em escravizá-la. Conta-nos Salim: “Na mostra havia um quadro do Iberê Camargo e um [certo] pecuarista de Lages foi encontrando defeitos anatômicos no boi do Iberê” (40).
Em 1950, durante viagem ao Rio de Janeiro, Salim Miguel, entrevista o poeta Carlos Drummond de Andrade, para o jornal O Estado. Vejam o que diz Eglê Malheiros, sua eterna amiga e companheira do infinito deles dois sobre este feito: “O Salim conseguiu o que, na época, era considerado impossível: entrevistar o Drumond”. Nesta mesma viagem, Salim encontra-se com os principais expoentes da literatura brasileira: Jorge Amado, Graciliano Ramos, José Lins do Rego e outros. De