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(1914-1991). São Paulo, Companhia das Letras, 2003, 598 p.
Antonio Carlos de Souza
Para o historiador inglês Eric Hobsbawm,
“O Breve Século XX”, considerando os anos que vão “da eclosão da Primeira Guerra Mundial ao colapso da URSS” (p. 15) se subdivide em três partes:
A “Era da Catástrofe”, que se inicia em
1914 com a Primeira Guerra Mundial, “que assinalou o colapso da civilização (ocidental) do século XIX” (p. 16), caracterizada por uma civilização capitalista, liberal, burguesa, cientificista, eurocêntrica e se fecha com o resultados da Segunda Guerra Mundial (1945).
A “Era de Ouro”, que vai do imediato pósSegunda Guerra (1947) até a crise mundial de meados dos anos setenta (1973), “anos de extraordinário crescimento econômico e transformação social, anos que provavelmente mudaram de maneira mais profunda a sociedade humana que qualquer outro período de brevidade comparável” (p. 15).
“O Desmoronamento”, chamada também de “decomposição”, “incerteza”, “crise”, que vai de meados da década de 1970 até o colapso da
URSS (início de 1990), onde o mundo “entrou num futuro desconhecido e problemático, mas não necessariamente apocalíptico” (p. 16).
O objetivo do autor não é julgar (o que não é difícil para quem tenha vivido neste século), mas “compreender e explicar por que as coisas deram no que deram e como elas se relacionam entre si”. (p. 13) Para que haja tal compreensão é preciso se colocar dentro da história do século.
Parte um: a Era da Catástrofe
A primeira fase do “Breve Século XX” se caracteriza pelas catástrofes, de “calamidade em
calamidade”, (p. 16) as duas grandes guerras, revoluções, crise e colapso da economia mundial e o quase desaparecimento das instituições da democracia liberal, com exceção de “apenas de uma borda da Europa e partes da América do
Norte e da Austrália. Enquanto isso, avançavam o fascismo e seu corolário de movimentos e
regimes