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Fala-se em desigualdade social quando, numa determinada sociedade, alguns grupos sociais se encontram em situações que se julgam mais vantajosas do que outras. Portanto, a desigualdade é uma diferença que os indivíduos e grupos sociais julgam segundo escalas de valor.À medida que se expande a divisão do trabalho as pessoas tornam-se cada vez mais dependentes umas das outras, pois cada um precisa dos bens e serviços dos outros. No entanto, os agentes económicos usufruem de diferente modo desses bens e serviços, pois estes não estão de igual modo acessíveis a todos: os seus rendimentos são diferentes e as suas situações sociais também.
No mal-estar contemporâneo (que se caracteriza pela crise do Estado-providência, pela crise do trabalho e pela crise do sujeito ou crise de identidade), a desigualdade mais visível é a que procede das alterações económicas. Fala-se, então, da desigualdade de rendimentos, na medida em que uns têm uma parte maior do que outros.
As desigualdades são essencialmente sociais, não se referem apenas à estratificação económica (relativa à repartição dos rendimentos, consumo, património...), mas também estão ligadas à existência de desigualdades de carácter mais qualitativo: políticas, de prestígio, etc. Por exemplo, em muitas sociedades, brancos e negros gozam de estatutos diferentes que, por esse facto, lhes conferem vantagens ou desvantagens.
Estas desigualdades "tradicionais" ou estruturais subsistem ou tendem a acentuar-se, mas, atualmente, acrescem a estas outras formas de desigualdade: "desigualdade perante o trabalho e o salário, ou ainda perante o endividamento, as incivilidades, as consequências da implosão do modelo familiar, as novas formas de violência. Instauradas pela dinâmica do desemprego ou pela da evolução das condições de vida", são vividas de forma dolorosa e silenciosa. "Entraram assim em cena desigualdades novas. Procedem da requalificação de diferenças no interior de categorias consideradas anteriormente homogéneas"