Ruído nos internamentos
Já Florence Nightingale (1858) dizia: O ruído desnecessário é a mais cruel ausência de cuidados que se pode infligir a doentes ou sãos. De uma forma geral, o silêncio e o sossego é essencial para qualquer ser humano, embora possa variar dependendo de pessoa para pessoa. Contudo, quando não se experiencia o bem-estar na sua plenitude, esta necessidade de se dirigir algures onde possa encontrar algum silêncio e alguma paz aumenta. O mal-estar, tanto psicológico como físico, provoca a sensação de confusão e dor, portanto estar num ambiente em que existe tudo menos a calma é impensável. Contudo, no seio de um internamento hospitalar, não é possível ao utente escolher o ambiente em que quer estar, nem fugir dele quando não lhe agrada; apenas tem de se aguentar. A recepção de sons é algo incontrolável, pois os ouvidos estão sempre em contacto com o mundo exterior e, assim sendo, vai invadindo sem pedir autorização, ao contrário da visão, que simplesmente ao fechar os olhos interrompemos a transmissão daquilo que não queremos ver. O ruído, sendo um som indesejado, causa desconforto e suscita na pessoa um desejo de fugir dele. E quando não há solução nem o podemos evitar, torna-se gradualmente num incómodo maior e num sentimento de desgaste/frustração.
O ruído, para além de causar desconforto a nível